A quiropraxia é uma técnica que busca avaliar, diagnosticar e tratar desordens de natureza neurológicas, musculares e esqueléticas ocasionadas pela perda da função articular (articulação mais rígida, com pouco movimento), usando técnicas manuais, principalmente o ajuste articular (o famoso estalido).
Através destas manipulações são alcançados efeitos fisiológicos tanto locais (região do corpo onde é aplicada a técnica) quanto no sistema nervoso central. Dentre estes efeitos está a diminuição do espasmo muscular, a estimulação da produção de substâncias anti-inflamatórias, o aumento da lubrificação da articulação, a redução da dor e o aumento momentâneo da amplitude de movimento.
Muitas pessoas são receosas quanto ao barulho ou estalo que ocorre durante a manipulação. Entretanto, nossa equipe vem esclarecer que não há perigo! Dentro da cápsula articular existe o líquido sinovial, responsável pela lubrificação articular. Alguns estudos mostram que existem gases diluídos no líquido sinovial, sendo que a maior parte deste gás é composto por dióxido de carbono (80%), o que corresponde a 15% do volume da articulação. Ao movimentar a articulação até o seu limite (end feel) e realizar um movimento rápido e preciso (input), liberamos as bolhas formadas pelos gases diluídos no líquido sinovial (gap) e daí ouvimos o ruído de estalo. Ao liberar estas bolhas, aumentamos o espaço intraarticular momentaneamente – ou seja, ocorre o aumento da amplitude de movimento. Contudo, após o estalo o gás demora em torno de 20 a 30 minutos para se dissolver novamente no líquido sinovial e a articulação volta para a posição inicial. Simplificando, a quiropraxia não “volta uma articulação para lugar” permanentemente – os efeitos das manipulações ou ajustes são passageiros.
A aplicação da quiropraxia no Brasil é realizada por fisioterapeutas, sendo esta uma especialidade da profissão. Antes da aplicação da técnica o profissional deve realizar uma avaliação do paciente com o objetivo de buscar pontos com maior rigidez articular ocasionados por tensão da musculatura mais interna ou falhas na nutrição articular e realizar o ajuste para restaurar a mobilidade da região identificada.
A quiropraxia pode atuar em sintomas como:
- Dores de cabeça ou enxaquecas;
- Dores na coluna vertebral;
- Dores relacionadas à hérnia discal (ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a aplicação da quiropraxia (associada a outras técnicas) em pacientes com hérnia de disco possuem bons resultados na redução da dor e melhora da qualidade de vida);
- Dores no quadril.
As contraindicações para a manipulação articular são: osteoporose, tuberculose óssea, uso prolongado de corticóides, síndrome da cauda equina, mielopatia cervical, aneurisma aórtico, disfunção da artéria cerebral, trauma recente (investigação de fraturas ósseas), osteogênese imperfecta ou tumor.
Finalizando, a quiropraxia é uma técnica completamente segura, desde que seja executada por profissionais competentes para isso e possui diversos efeitos fisiológicos benéficos. A FIBRA conta com profissionais capacitados e aptos para a avaliação e aplicação desta ferramenta. Agende a sua consulta e experimente dos benefícios que a quiropraxia tem para você!
Por Rodrigo Aryolla
Referências
BIALOSKY, Joel E. et al. Spinal manipulative therapy has an immediate effect on thermal pain sensitivity in people with low back pain: a randomized controlled trial. Physical therapy, v. 89, n. 12, p. 1292-1303, 2009.
BIALOSKY, Joel E. et al. Unraveling the mechanisms of manual therapy: modeling an approach. journal of orthopaedic & sports physical therapy, v. 48, n. 1, p. 8-18, 2018.
BRODEUR, Raymond. The audible release associated with joint manipulation. Journal of manipulative and physiological therapeutics, v. 18, n. 3, p. 155-164, 1995.
COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) Resolução nº. 399 – Especialidade profissional de fisioterapia em quiropraxia – 3 de Agosto de 2011.
CORONADO, Rogelio A. et al. Changes in pain sensitivity following spinal manipulation: a systematic review and meta-analysis. Journal of Electromyography and Kinesiology, v. 22, n. 5, p. 752-767, 2012.
COULTER, Ian D. et al. Manipulation and mobilization for treating chronic low back pain: a systematic review and meta-analysis. The Spine Journal, v. 18, n. 5, p. 866-879, 2018.
GOERTZ, Christine M. et al. Effect of usual medical care plus chiropractic care vs usual medical care alone on pain and disability among US service members with low back pain: a comparative effectiveness clinical trial. JAMA network open, v. 1, n. 1, p. e180105-e180105, 2018.
HALDEMAN, Scott. Neurologic effects of the adjustment. Journal of manipulative and physiological therapeutics, v. 23, n. 2, p. 112-114, 2000.