Recomendações sobre o uso de máscara e a prática de atividade física

O uso das máscaras diminui as chances de contágio pelo novo coronavírus e é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com o ato de falar ou tossir eliminamos no ambiente partículas de saliva que podem conter um agente infeccioso, tanto o coronavírus quanto outros vírus. A máscara funciona como uma barreira física, impedindo que essas partículas atinjam diretamente outras pessoas e diminuindo a transmissão do vírus. Como medida de segurança pública, tornou-se obrigatório o uso de máscaras em ambientes externos por toda a população, mesmo que não apresente sintomas.  Isso se deve ao fato de que pessoas assintomáticas também são capazes de transmitir o vírus. Estudos demonstram que portadores do coronavírus sem sintomas são responsáveis por 2/3 das infecções.

         Circula pela internet e jornais diferentes versões de uma mesma imagem que mostra a probabilidade exata de portadores do novo coronavírus transmitirem a doença dependendo do uso de máscaras de proteção. Os infográficos mostram três cenários diferentes de interação entre um portador da COVID-19 e uma pessoa não infectada. Na primeira hipótese, somente a pessoa não infectada utiliza uma máscara e, de acordo com as imagens, o risco de contágio neste caso seria de 70%. No segundo cenário, o portador de coronavírus usa máscara, mas a outra pessoa não. Segundo os gráficos, o risco seria de 5%. Na última possibilidade, tanto o infectado como o não infectado utilizam máscaras e neste caso, o risco seria de 1,5%. Embora as máscaras diminuam o risco de contágio por COVID-19, não há evidências científicas sobre a porcentagem de contágio exata e a eficácia do método depende de diversos fatores. Dentre estes fatores incluem a quantidade de vírus dispersada pelo infectado, a distância entre os dois indivíduos, o tipo de material de proteção e o ajuste da máscara.

         Os dados preliminares de um estudo da Universidade Federal de Uberlândia analisou a eficiência de proteção de diversos materiais utilizados na confecção de máscaras caseiras. Os resultados mostram que máscaras N95 e cirúrgicas possuem uma alta proteção e devem ser reservadas somente para grupos de risco e profissionais da saúde, considerando que os serviços de saúde são os locais com maior potencial de concentração de vírus. Para o restante da população, o estudo mostra que máscaras 100% algodão e de tricoline com triplo ou duplo tecido possuem alta eficiência de proteção. As máscaras produzidas com pano multiuso, TNT, máscaras de confeiteiro e papel demonstraram baixa eficiência de proteção por não possuir vedação lateral. Além disto, estas máscaras umidificam muito rápido, perdendo a sua função.  O manual para confecção de máscaras caseiras do Ministério da Saúde encontra-se no link:

https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/06/Nota-Informativa.pdf.

         Para as pessoas que precisam sair de casa para trabalhar, circular em vias públicas, usar o transporte coletivo, ir ao supermercado ou farmácia, o uso da máscara exige atenção e alguns cuidados. É fundamental a higiene das mãos com água e sabão e/ou álcool em gel 70% antes e após o seu uso.

  • A máscara deve cobrir tanto o queixo quanto o nariz e não deve ficar frouxa no rosto, evitando desta forma a entrada e saída de ar em orifícios não sejam através do tecido de proteção;
  • Não é recomendada a retirada da máscara em ambientes externos (exemplo, para falar ou atender o celular);
  • A retirada da máscara deve ser feita apenas pelas alças laterais (elásticos) que ficam na orelha, evitando o contato com a área externa do tecido;
  • As máscaras caseiras devem ser trocadas a cada 4h de uso. Isso se deve ao fato de ocorrer a umidificação do material, o que prejudica a sua capacidade filtrante;
  • Ao serem retiradas, as máscaras descartáveis devem ser colocadas em um saco plástico hermeticamente fechado ou amarrado e descartadas no lixo. Já as máscaras caseiras de tecido também devem ser colocadas em um saco plástico para transporte e lavadas com água e sabão para possibilitar o próximo uso (de preferência, separada das outras roupas).

         O grande risco da recomendação do uso de máscara para a população em geral, mesmo para quem não apresenta sintomas da infecção, é as pessoas caírem na falsa sensação de segurança por estarem usando as máscaras e relaxarem com as medidas mais robustas, que vão impactar a cadeia de transmissão do vírus. O uso da máscara não dispensa a necessidade do isolamento social, do distanciamento de 1,5 metros entre indivíduos e da higienização adequada das mãos.

         Uma das brechas restantes do isolamento social é a prática de atividade física em ambientes externos. Durante o isolamento, algumas pessoas estão mantendo o hábito de praticar atividade física ao ar livre, desde que respeite as regras importantes do distanciamento social. Mas será que a distância de 1,5 metros é realmente suficiente para proteger corredores ou ciclistas? Um estudo demonstrou que este distanciamento indicado para prevenção da COVID-19 pode não se aplicar para as pessoas que estão em movimento. As simulações mostraram que duas pessoas andando ou correndo lado a lado têm pouco risco, desde que mantenham um espaço de 1,5 metros. Mesmo que não estejam diretamente lado a lado, o risco permanece baixo desde que uma pessoa não esteja diretamente atrás da outra. Entretanto, caso a pessoa esteja atrás da outra caminhando rapidamente ou correndo, existe o risco de exalar ou inalar microgotículas contendo o vírus num raio muito maior, de até 10 metros. A pesquisa também demonstrou que quanto maior a velocidade do exercício, maior a distância que deve ser mantida para evitar o contato com as partículas. Isso significa que um indivíduo portador do novo coronavírus (sintomática ou não) pode espalhar o vírus por uma área muito maior e, portanto, corredores e ciclistas devem tomar as devidas precauções.

         É recomendada a prática exercícios dentro de casa preferencialmente, mas caso o indivíduo vá para ambientes externos é indicado o uso de máscara e o distanciamento adequado. Não pratique esportes coletivos e não saia de casa caso apresente algum sintoma do coronavírus. Fique em casa, se puder. Se não puder, se cuide! Nós da equipe FIBRA estamos à sua disposição.

Por Ana Luiza Rodrigues

RERERÊNCIAS

BLOCKEN, Bert et al. Towards aerodynamically equivalent COVID19 1.5 m social distancing for walking and running. Questions and Answers. Website Bert Blocken, Eindhoven University of Technology (The Netherlands) and KU Leuven (Belgium). Disponibile su: http://www.urbanphysics.net/COVID19.html (ultimo accesso 21 de abril de 2020).

BORGES, Dielen. Físicos da UFU avaliam quais máscaras são mais eficientes contra coronavírus – Testes em 15 materiais mostraram capacidade de filtrar ou não aerossóis que carregam contaminantes. 4 de Maio de 2020 – disponível em: http://comunica.ufu.br/noticia/2020/05/fisicos-da-ufu-avaliam-quais-mascaras-sao-mais-eficientes-contra-coronavirus

KONDA, Abhiteja et al. Aerosol filtration efficiency of common fabrics used in respiratory cloth masks. ACS nano, 2020.

LEUNG, Nancy HL et al. Respiratory virus shedding in exhaled breath and efficacy of face masks. Nature Medicine, p. 1-5, 2020.

LI, Ruiyun et al. Substantial undocumented infection facilitates the rapid dissemination of novel coronavirus (SARS-CoV2). Science, 2020.

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