Lesões musculares em membros inferiores

Você provavelmente já ouviu falar na famosa lesão de “posterior de coxa”. Pois bem, ela  se enquadra no assunto desse texto. Nos corredores de rua brasileiros, as lesões musculares são as mais comuns e representam 27,9% de todas as lesões (3). Uma lesão muscular geralmente ocorre durante um movimento brusco do músculo em contração, quando a energia imposta ultrapassa a capacidade do tecido. Pode atingir qualquer músculo do corpo, ocorrendo em vários graus (ou seja, o tamanho da lesão varia).

Apesar disso, a maior parte delas ocorre na região posterior da coxa (músculos isquiotibiais) (1). Os outros músculos mais acometidos são: quadríceps (parte anterior da coxa), adutores do quadril (parte interna da coxa) e tríceps sural (panturrilha). No futebol, por exemplo, essas regiões representam 80-90% de todas as lesões musculares (2).

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO:

Pode ser necessária a realização de ressonância magnética ou ultrassonografia para realização de um diagnóstico e para a identificação do grau e localização da lesão. De toda forma, o tratamento não depende do grau apontado pelo exame de imagem, mas pela apresentação clínica do paciente. Apesar disso, o local da lesão e a extensão da lesão podem afetar o tempo de recuperação. Estudos mais recentes sugerem que, quanto mais cedo for possível iniciar exercícios excêntricos, mais rápido é o retorno ao esporte (4).

O tratamento é conservador (fisioterapêutico) e consiste basicamente de exercícios específicos que:

– facilitam a recuperação tecidual,

– reduzem a perda e restauram a força muscular,

– modificam os fatores de risco para a lesão e

– promovem segurança no paciente para retorno à atividade

A prescrição de exercícios ao longo de todo o tratamento, mas principalmente na fase final, deve ser específica para a função que o músculo lesionado executa na atividade praticada pelo paciente. Ou seja, se você é praticante de corrida de rua, seu tratamento deve ser bem diferente de um praticante de Jiu-jitsu, por exemplo. Se o tratamento for iniciado brevemente após a lesão e for específico para a atividade do paciente, as chances de reincidência da lesão são menores (1).

PREVENÇÃO:

Como dizem, “é melhor prevenir que remediar”! E no caso das lesões musculares, essa máxima tem um peso maior, pois, o risco de reincidência é grande (6), e, geralmente quando ocorre uma reincidência, os danos são ainda maiores. Um programa preventivo bem orientado pode reduzir de 45 a 65% o risco de sofrer esse tipo de lesão (1).

Se você sofreu uma lesão muscular recentemente (ou quer diminuir consideravelmente as chances de sofrer), é ideal que procure o seu fisioterapeuta de confiança para iniciar uma intervenção específica para o seu caso. Entre em contato conosco e agende uma avaliação!

Por Paula Faria

Referências:

  1. Ishøi L, Krommes K, Husted RS, et al. Diagnosis, prevention and treatment of common lower extremity muscle injuries in sport – grading the evidence: a statement paper commissioned by the Danish Society of Sports Physical Therapy (DSSF). Br J Sports Med 2020;0:1–12. 2020.
  2. Bisciotti GN, Volpi P, Alberti G, et al. Italian consensus statement (2020) on return to play after lower limb muscle injury in football (soccer). BMJ Open Sport & Exercise Medicine 2019;5:e000505.
  3. Borel W, Porfirio et al . Prevalence of injuries in brasilian recreational street runners: meta-analisys. Rev Bras Med Esporte, v. 25, n. 2, p. 161-167. 2019.
  4. Jacobsen P, Witvrouw E, Muxart P, et al. A combination of initial and follow-up physiotherapist examination predicts physician-determined time to return to play after hamstring injury, with no added value of MRI. Br J Sports Med 2016;50:431–439. 2016.
  5. Macdonald B, McAleer S, Kelly S, et al. Hamstring rehabilitation in elite track and field athletes: applying the British Athletics Muscle Injury Classification in clinical practice. Br J Sports Med. 2019.
  6. Pollock N, Patel A, Chakraverty J, et al. Time to return to full training is delayed and recurrence rate is higher in intratendinous (‘c’) acute hamstring injury in elite track and field athletes: clinical application of the British Athletics Muscle Injury Classification Br J Sports Med 2015;0:1–6.
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